Arquivo | abril 2011

A Tarefa de Orfeu

A Tarefa de Orfeu: Sobre a dor e a realidade no trauma

Na mitologia grega, Orfeu era poeta e músico, filho da musa Calíope e de Apolo, rei da Trácia. Era o músico mais talentoso que já viveu. Quando tocava sua lira, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento. Ganhou a lira de Apolo. Alguns dizem que era seu pai.

Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Mas Eurídice era tão bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor chamado Aristeu. Quando ela recusou suas atenções, ele a perseguiu. Tentando escapar, ela tropeçou em uma serpente que a picou e a matou. Por causa disso, as ninfas, companheiras de Eurídice, fizeram todas as suas abelhas morrerem.

Orfeu ficou transtornado de tristeza. Levando sua lira, foi até o Mundo dos Mortos, para tentar trazê-la de volta. A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo rio Estige. A canção da lira adormeceu Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os portões. Seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos condenados. Encontrou muitos monstros durante sua jornada, e os encantou com seu canto.

Finalmente Orfeu chegou ao trono de Hades. O rei dos mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu o comoveu, e ele chorou lágrimas de ferro. Sua esposa, a deusa Perséfone, implorou-lhe que atendesse o pedido de Orfeu. Assim, Hades atendeu seu desejo. Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos. Mas com uma única condição: que ele não olhasse para ela até que ela, outra vez, estivesse à luz do sol.

Orfeu partiu pela trilha íngreme que levava para fora do escuro reino da morte, tocando músicas de alegria e celebração enquanto caminhava, para guiar a sombra de Eurídice de volta à vida. Ele não olhou nenhuma vez para trás, até atingir a luz do sol. Mas então se virou, para se certificar de que Eurídice o estava seguindo.

Por um momento ele a viu, perto da saída do túnel escuro, perto da vida outra vez. Mas enquanto ele olhava, ela se tornou de novo um fino fantasma, seu grito final de amor e pena não mais do que um suspiro na brisa que saía do Mundo dos Mortos. Ele a havia perdido para sempre. Em desespero total, Orfeu se tornou amargo. Recusava-se a olhar para qualquer outra mulher, não querendo lembrar-se da perda de sua amada. Posteriormente deu origem ao Orfismo, uma espécie de serviço de aconselhamento; ele ajudava muito os outros com seus conselhos, mas não conseguia resolver seus próprios problemas, até que um dia, furiosas por terem sido desprezadas, um grupo de mulheres selvagens chamadas Mênades caíram sobre ele, frenéticas, atirando dardos. Os dardos de nada valiam contra a música do lirista, mas elas, abafando sua música com gritos, conseguiram atingi-lo e o mataram. Depois despedaçaram seu corpo e jogaram sua cabeça cortada no rio Hebro, e ela flutuou, ainda cantando, “Eurídice! Eurídice!”

Chorando, as nove musas reuniram seus pedaços e os enterraram no monte Olimpo. Dizem que, desde então, os rouxinóis das proximidades cantaram mais docemente que os outros. Pois Orfeu, na morte, se uniu à sua amada Eurídice.

Quanto às Mênades, que tão cruelmente mataram Orfeu, os deuses não lhes concederam a misericórdia da morte. Quando elas bateram os pés na terra, em triunfo, sentiram seus dedos se espicharem e entrarem no solo. Quanto mais tentavam tirá-los, mais profundamente eles se enraizavam. Suas pernas se tornaram madeira pesada, e também seus corpos, até que elas se transformaram em carvalhos silenciosos. E assim permaneceram pelos anos, batidas pelos ventos furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu, até que por fim seus troncos mortos e vazios caíram ao chão.

Algumas interpretações deste mito, dizem que as pessoas que se dedicam a ajudar os outros, (Psicologia, psiquiatria, assistente social e até mesmo aqueles que fazem muita caridade), são pessoas que reconhecem que sofrem ou sofreram algum problema grave e agora buscam estas áreas tentando evitar que os outros, sofram o que eles sofreram, ou seja, é aquele que cura mas que não consegue se auto curar. Dizem ainda que no fundo essas pessoas estão se auto enganando, pois evitar que os outros sofram, não vai apagar o que eles mesmos sofreram…

My Storm

Uma tempestade, tormenta, temporal ou toró é um fenômeno atmosférico marcado por ventos fortes, trovoadas, relâmpagos, raios e chuva, usualmente com duração de dezenas minutos.

As tempestades tiveram grande influência na cultura de muitos povos da antiguidade. Os romanos achavam que tempestades eram batalhas dos Deuses contra os Titãs. Já os índios da América do Norte acreditavam que as tempestades eram serventes de um “Grande píriti”. Em tempos mais recentes, as tempestades tornaram-se alvo da curiosidade dos céticos. Toda primavera, caçadores de tempestades vão às grandes planícies do interior da América Central para explorar os aspectos visuais e artísticos de tempestades e tornados.

Mas não foi por causa desse fenômeno que dei ao meu espaço o nome de “MY STORM”.

A verdade é que gosto muito de chuva… ela faz a gente parar – nem que seja por poucos segundos – para contemplar a dinâmica do planeta. Os pingos no vidro, o cheiro molhado e o barulhinho bom nos interrompem, mandando o recado: “Vá com calma… Há outras coisas acontecendo lá fora.”

Isso se a gente está na frente do computador, em casa ou no trabalho, ou bem abrigado numa cama quentinha…
Na rua, sem guarda-chuva, a situação é outra, a sensação também dependendo do nosso espírito.
A tempestade em questão a que me refiro, é a tempestade emocional, lembro até que houve um período da minha vida em que achava que eu poderia sofrer de boderline. Graças a Deus, exames neurológicos e algum tempo de acompanhamento psicológico comprovaram que não seria o caso…

Explicando:

Cerca de 2% da população no mundo vive além da fronteira que separa o comportamento sociável de uma conduta extremista e autodestrutiva. Nutrem paixões arrebatadoras, são instáveis nas suas relações e têm atitudes intempestivas sem causa que justifique a reação. Com o humor suscetível a altos e baixos, podem ser erroneamente diagnosticadas como portadoras do transtorno bipolar. No entanto, sofrem de um distúrbio de personalidade grave, conhecido como borderline.

O bipolar geralmente tem noção de seu problema, participa de forma mais ativa do seu tratamento e não tem rompantes extremos. O borderline é intenso no descompasso de emoções, não tem limites.

A coisa boa disso tudo, foi poder criar esse espaço onde posso expressar coisas do meu interessee compartilhar com meus miguxos e perceber que conflitos, dúvidas, fazem parte da vida e que de alguma forma somos privilegiados porque podemos aprender até mesmo com essas emoções que ficam embaralhadas dentro de nós mesmos.

Conclusão:

O legal é termos em mente a seguinte idéia… “Vá com calma, veja tudo com calma, sinta tudo com calma, tome decisões com calma, sinta o prazer da vida com calma!”

Pensamentos Soltos…

A emergência das bárbaries

Vivemos uma transformação de valores a medida que as ierarquias ficam inflexíveis e não há mais valores absolutos.
A forma como a sociedade foi construida… Me refiro a desigualdade econômica como um ponto de partida para entender de onde vem tanta crise e violência e imaginando esse tipo de situação percebo que muitas pessoas se perdem, nào acham lugar nesse mundo…

Então, posso dizer que: “A estrutura social pode gerar crueldade e violência!” E isso é tão triste… Ouvi várias vezes, em várias situações distintas pessoas se queixando de que a vida em certas ocasião perde o sentido, até eu mesma já me peguei com esse pensamento… Hoje, analizando melhor essa questão, o vazio se dá exatamente no momento em que não conseguimos nos integrar a esse mundo.
Mas calma, nem tudo está perdido, sabe porquê?

Porque estamos vivendo uma espécie de experimentação permanente…
Deixa eu me explicar melhor…
Se comparado ao século passado, vivemos com mais liberdade, por exemplo:
Há 40 anos atrás, os adolescentes não tinham tanta informações, não “cresciam” tão precocemente, mas avaliando bem essa questão, essa mudança, não acho que a “experimentação” seja algo negativo… Acho que essa nova postura da sociedade atual marca positivamente nossa identidade hoje e se manterá por muitos anos ainda… acho que é possível ver características de experimentação até na terceira idade…

Saber que posso optar, escolher o que ser, como ser, e se por acaso, alguma opção minha acabar por não terminar como esperava, mas saber que tenho a possibilidade de tentar de novo de outra forma, melhor ajustada, essa é a minha idéia de experimentação… Ela está aí ao alcance de qualquer pessoa, é uma nova tendência dessa minha era, do meu século…

Vixi, viajei né? kkkkk
Espero que vocês curtam compartilhar comigo essas minhas idéias!
Bjs